terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Não sei mais o que é que acontece em meus sonhos. Meus sonhos são o mesmo que viver, porque acordo muito cansada, vontade de descansar outra vez. Não sei o que me persegue, só sei que sonho muito, e são longos, e cheios de ação. E em todos eu vejo relação com a vida real, já sonhada. Acontece que eu durmo e continuo pensando demais, quando eu achava que dormir era pra dencansar... que tola!
Meu presente me persegue pra me condenar a não sei o que, só sei que cansei, e que preciso muito viver sem sonhar pra ver se eu invirto logo a história toda. vai ver que um dia eu vou dormir profundamente e viver aquela vida da menina que acordou sem saber quem era, trocou de nome. quem sabe um dia eu acorde no lugar de Hilde, que tem suas cartas a/c de Sofia. Talvez um dia eu abra a porta e veja o jardim, a caverna de Sofia... Quem sabe?
Talvez a vida que eu estou vivendo não é de fato minha. mas até que eu gosto

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

ciclo meu

E é aqui que se completa mais um ciclo, fechando idéias, iniciando com outras...
É aqui também que muitos pensamentos se fortificam, se adentram em mim, às vezes, sem serem bem-vindos. Mas é aqui que faço 17 verões e em todos eles chorei. e em todos eles sorri. Graças à não-sei-quem, estou aqui. Estou aqui e vivo, e sinto, e penso, e, portanto, existo, de fato!
Engraçado olhar de cima da escada, ou do final da linha do tempo. Engraçado deixar a mente percorrer as memórias e deixar que todos os sentidos aflorem à pele. deixar escorrer aquela gotinha da chuva, quando não há chuva. Engraçado que no dia em que menos me vi ansiosa, no qual eu menos me preocupei, no qual consegui dormir duas, três vezes sem acordar por mim. Nesse dia é que não choveu, pela primeira vez em dezessete verões!? Vê só...
E é quase uma lição de ciclo. Uma lição que sempre tomei, mas que a cada vez adentra em mim. É preciso aceitá-la, aceitar a não ansiedade que tanto fez parte de mim. E então eu vejo aquilo que ela me disse: movimentos calmos, diferente do que costumávamos ver. O tempo que fiquei só, acho que nele eu me conheci. Se sofri, talvez tenha sido por pura ansiedade. Talvez eu nem tivesse no que pensar.
Mas foi só UM passo, pois ainda tenho muitos a dar. Caminhar pela vida, sem ansiedade, mas com muita, muita força de vontade. Uma vida com sal.

domingo, 14 de dezembro de 2008

ouça Rhineland enquanto lê:

Eu tenho um poeta. Ainda não sei como ele escreve, se vai do papel ao impresso, ou direto da máquina. Mas a mim isso não interessa, porque o interessante é ler meu poeta. Ele escreve muito sobre a vida, que nem eu. Só que o que eu escrevo só toca a ele, e o que ele escreve, toca a mil. Meu poeta usa muitas metáforas, mas isso deve ser comum. Não importa, eu adoro as metáforas do meu poeta. E não se irrite se eu insisto em chamá-lo de meu. É que tem algo que me embaraça: acho que ele escreve só para mim. Tudo o que leio do meu poeta, sempre me parece dedicado exclusivamente a mim. Deve ser porque eu só escrevo no intuito de ser lida por ele. Um dia, me falou, vamos escrever juntos! E sabe que não parei de sonhar com essa hipótese? (como toda a hipótese)
Agora, tem algo que preciso confessar: ele, de fato, não existe. Existe sim, um poeta, mas a história não é essa. É só uma questão de compreensão dos fatos... ;)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Não! Apaga tudo o que eu falei da outra vez, finge que não existiu... tudo é uma questão de compreensão. Estou começando a parar de não etender

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

treva, desta vez não é branca

o sangue pinga cada vez mais rápido. todos em volta se perguntam porque teve de acontecer logo agora, no fim do ano, quando o que se espera é paz, amor, alegria.
com ela foi tudo ao contrário. Cheio de altos e baixos, esse ano; pensou. mas logo se deu conta de que tudo era baixo, e mais baixo ainda, ou um pouquinho menos baixo. não se viu completa em nenhum momento desses 12 meses. E no fim de tudo, agora eu quero é virar pó. mas dessa vez foi sério o querer virar pó. resolveu, como se desse pra ser assim, que odiava toda a sua família, a futilidade pela qual estava cercada. Por isso prefiro virar pó, melhor do que ser espancada pela próxima família, ou pelos livros, ou por mim mesma.
não parece um drama qualquer? a menina angustiada que virou pó? parece. mas não é exatamente um qualquer, não do meu ponto de vista. esse drama está cada vez maior, e o buraco cada vez vai puxando mais, sugando mais pra dentro dele toda a capacidade de raciocínio. se alguém enlouquecer a culpa é do buraco. e a culpa da presença (onipresente) do buraco, de quem será?
toda vez que ela se vai

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Há muito tempo tento
depreender, entender, sacar
sua compreensão sobre todo o meu ser
No sentido de se entrelaçar
em minhas palavras trechos ver
perfeito sentido exato existente
no que percorre da vida pelo corpo.
Há muito tempo tento
e jamais terei-me respondida
apenas a me indagar por meus desejos fixada
e aficcionada.
Vai ver a minha linha se deu nó foi na sua
se achou pelo mundo tipo cara metade
um terço, três quartos!
Não: páro por aqui o sonhar desta vida
vida que nunca será de fato vivida
e que só se encontra nos grãos daquele chá.
No entanto, tento há tanto tempo
sacar, entender, depreender
esta tua sacação entendimento compreensão
por dentro de minhas razões irracionais
que não pretendem caminho algum, desde que seja consoante.
Caminho harmonioso florido repleto de sins e de nãos.
Sejam caminhos sem linha, caminhos ponto-em-cruz, sejam apenas os meus caminhos:
que me levem ao fim, tendo eu degustado de todo o prazer existente.
Nunca mais quero tentar entender esse seu entendimento, sacação.
Vou deixá-lo viver, porque em ti acabo por me prender
e a mim tu pareces segurar.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

como se as flores não fossem para ela... e não eram mesmo, outra vez. Ela não aguentava mais ter que passar pela mesma situação, sempre se metendo em furadas e se iludindo com os mil dela. A vida é sonho, já nos dizia Salomão, mas ela foi fundo nessa desde o início e agora não sabia viver a realidade. Sonhava com tudo, dormindo ou acordada, a vida é sonho, repetia. Mas um dia ela caiu, não em si, porque não acredita jamais na realidade: caiu de dor. quis virar pó, de novo? sim, de novo outra vez novamente, como sempre!
precisa se livrar do buraco. e tdudo vai se juntando, a chuva, o ar, o apartamento sempre vazio - mesmo quando cheio, a falta.
o que acontece? não sabe. talvez pense demais em coisas banais. talvez. se sente banal e por isso quer virar pó, não se sente importante, não vê diferencial.
só pensa em virar pó. e se misturar na areia daquele mar, que é onde guarda todas suas recordações, e viver de sonhar para sempre, e só.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

ando no estribo
o menininho, sentado no colo da mãe, sorri, segura na madeira, observa tudo em volta. o ventinho no cabelo, que eu quase senti o cheiro do feijão da minha infância. queria andar naquele bonde pela vida inteira, passar lá mais alguns anos, só esperando a próxima curva. hoje o motorneiro não tava correndo, e aquela lerdeza gostosa, quase malemolente, me fez um soniiiinho aaaaaaahi, vou ler um livro. quero um do waly.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

insalubre

SE me equilibro na linha do tempo e caio no asfalto,
SOU pedra-sabão estilhaçada.
SE me pego colando pedacinhos,
CAIO de volta na linha.
ME embaraço
NO laço da linha
NO fio do vento
E no cadarço do tênis passante.
POSTO que me grudei como gosma,
COMO doença de ave,
GIRO insalubre na garganta.
NÃO me engulo
NÃO tolero
PORQUE sou gosma triunfante e persistente
E se o mundo me da nó
É porque não temos nada de linha
PERDEMOS.

sábado, 15 de novembro de 2008

o que esperas? que eu corra? pois correrei então... correrei como nunca corri, em busca de suas cartas, casas, de pôr o lixo, seu intervalo. correrei mais do que já foi corrido em busca de você. não em busca de seus sonhos, porque você quer tê-los à mão, mas é claro, te amaria em ver-te correndo atrás do que queres, e te amaria em ver-te me querendo. E nós correríamos sem ter um rumo, simplesmente porque o tempo é tão pouco que precisamos escapar do chão que está para trás, porque o tempo é curto demais para se viver do chão que passou. E quando chegássemos ao horizonte, ficaríamos com tanto medo de cair, que nos abraçaríamos, e ali mesmo - no meio do horizonte! - nos daríamos um ao outro, sem receios, porque é melhor cair depois do amor. Mas se caíssemos mesmo no abismo depois da linha, não ligaríamos em ter a morte tão próxima, porque vivemos tanto, tanto, que o nosso futuro é o que nos pertence, e a vida é um chão que passou.

domingo, 9 de novembro de 2008

Sofia, rainha.

Não sei bem se ela se lembra, não faz mais do que 60 horas. Não sei se ela se lembra de ter me dito tudo aquilo que eu mesma havia sentido em relação a ela. Eu mesma havia pensado durante todos esses poucos, porém longos, anos. Havia pensado em toda a energia de Sofia, todo esse jeito de menina mulher, esse jeito de encarar os fatos e os sonhos. Havia buscado nela um monte de vontade, um monte de alegria. Sofia, tão minha irmã. Aquela irmã ídola que a gente tem, em quem a gente busca inspiração. E mal sabia eu que ela também sentia isso em relação a mim, de me ter como uma menina mulher sempre bonita em todos os aspectos (exatamente como eu achava dela!!). É a reciprocidade mais viva que eu já vi. Algo que a gente nunca falou exatamente, algo que não precisa ser dito, porque tá na cara. De tão óbvio, é natural. De tão natural que somos, de tão linda que ela é, e de tão espontâneo que é o nosso amor.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Num azul assim, doce, caiu o céu... Caiu o céu e formaram-se os pássaros de um sorriso perdido no mar. Alguns pássaros cairam nessa imensidão azul (não a do céu). Viraram patos, peixes. E de tanto nadarem, esses peixes fizeram um remelexo na água, transformando tudo em onda e temporal. era respingo pra todo lado. Um barquinho que vinha só e sedento gemeu: ai, que solidão... Mas em alta velocidade chegou a tartaruga, que para acompanhar o barquinho resolveu nadar mais devagar. O barquinho se foi, abandonando a tartaruguinha, resmungando: mundo infeliz...
A tartaruga nada entendeu, mas ficou chateada com o barquinho e de tanto praguejar, a tesmpestade salgada começou a destruir a embarquinhação, que virou pó: é o que chamamos de areia hoje em dia. Ela diz que cansa, mas se apaixonou pelo remelexo do mar, que vai e vem num gozo sem fim.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Queria inventar histórias com início, meio e fim. Se eu começo uma história, não consigo um final sequer pra ela, uma coisa vai dando na outra e a vida vai acabar sem a história terminar. Por isso vou falando mesmo mais o que eu penso e o que eu sonho, que não tem muito essa coisa de cronologia, as coisas não têm muita ordem, vou pensandovoufalando. é meio chato sabe, porque eu tenho um monte de pedaço de história na cabeça, as idéias são até legais, mas não consigo dar um complemento certo. Por isso admiro muito quem consegue acabar alguma coisa de fato, porque eu nunca termino. Engraçado que a gente admira a pessoa que faz o que não conseguimos. Porque tudo que a gente consegue nem sempre a gente valoriza. Não vou fazer um discurso de auto-ajuda não..
Puxa, tá tão difícil falar hoje.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

d'uma menina

vou escrever sem as palavras das quais me utilizo: sem posto, sem pois, que sou, que eu? ai como me confundo! me utilizo de tantas palavras repetidas. vou ler um dicionário. talvez assim minha frase não se ache mais importante que a palavra. e talvez assim toda aquela coisa de fingir que rotula garrafas, escape, sangre das minhas mãos, que abrem-se em estrela, querendo subir. vou ler um dicionário, estrela criança que diz. vou crescer e não vou dizer mais estrela. não quero um nexo desconexo: eu quero é dizer aquilo que sinto. e as palavras que saem desimportantes estão desconexas e por isso não formam o coerente(?) pra mim está cosendo. como os pontos que dou com a agulha e faço um lindo vestido de estrelas pra mim... eu que jurei crescer prefiro ficar de pé. se eu me esticar um pouquinho posso alcançar. posso posso eu vou alcançar a estrela!

e um dia a menina que se dizia menina e que se dizia adulta, que se dizia madura e infantil, que se dizia desumana com seus ódios, e humana com sua solidariedade, um dia a menina que se dizia triste, mas se mostrava feliz, subiu tanto, tanto, a sua escada de casa, que quando parou não parou mais. e continuou subindo desde, digo, até o fim do infinito. a menina, tadinha, era a estrela criança que queria crescer. era a crescida que queria ser estrela. era a estrela que queria ser criança

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Com isso ou aquilo.
Sou outra?
Mas é claro que não. nÃO somos outros. Somos sempre o mesmo material, só que organizado diferente.
Então se meu organismo era uma cromatina, hoje ele é uma cromátide, ou vice versa não importa. O que de fato importa no caso agora hoje em diante(talvez) é a minha questão. é o meu sono, é a minha hora e o sol que também é meu.
não estou num mundo à parte, só valorizei minha parte desse mundo (que é de todos. e que é cheio de mundos que muita gente nunca mostrou)

sábado, 11 de outubro de 2008

se cada pedacinho de mim que você consome lhe cai bem, lhe satisfaz, porque não consumir-me inteira? é certo que aos poucos a saliva saboreia. pois estou aqui, pronta para ser o seu outro lado. prontinha prontinha. engraçado que em todas às vezes que sonhei com o mar, com o chá, você sempre esteve lá por essência. sentia seu cheiro ali, sentia a calmaria de um amor que ainda não existe. engraçado como como você sempre esteve aqui! engraçado como sempre fui cega com as palavras. cega ceguinha. seca sequinha. aaaaaaaaaai o mar, o banho, a chuva, o rio. sou tanto um pouco do que vivi e me fragmentei para você me consumir. a cada pedaço de mim que você consome e lhe cai bem é um pouco do que vivi. e é por isso que você me ama ainda mais. porque ama a vida que eu tive com meus sofrimentos e alegrias (um não menos importante que o outro). e o amor nada mais é do que o sentimento constituído de coisas. coisas são quais, estas? ninguém determina. cada amor tem as suas. por isso o amor pode ser recíproco sem que haja alguém

amo meus sonhos

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

e a janela que quer engolir a cortina. cansei do vento, quero o bafo úmido do calor que aninha meu ser me segura em mim e não fico embaçada, deixo minha posição abstrata e me torno concreta outra vez. o frio me carrega para outro canto que não eu mesma. o frio me freia. o calor me acelera. e sou o moinho sem vento. e funciono assim. como máquina desmaquinada sem regra sem botão. sou e não sou. porque não me controlo, porque nem sou dona de todo meu "ser o que sou" e nem ninguém é. por isso eu não sou só maíra, por isso também sou calu

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

quando fico inspirada, sou um rio corrente, vaza tudo pelos lados, tenho afluentes para vários caminhos, inclusive de lados opostos, no meu pensamento flutua diversidade. não deixo nada de lado. minha vontade é explodir o que eu penso e esperar que me respondam, contem-me sobre o que eu mesma disse!
agora, quando estou sem idéias e dentro fica tudo compacto em mim, querendo sair, sou como o ar, ar quando está parado do jeito que a gente esquece que ele existe. e aí, quando isso acontece, espero que me inspirem.

sábado, 27 de setembro de 2008

Todo dia ela chora, tão cansada que queria ser pó. grão pequeno sem peso sem sentimento. Se pergunta pra que que serve a vida se tudo é assim. e o pior é que ela queria estar feliz, de verdade. todos se foram e só ficou o buraco. Levantar? Pra quê. lhe disseram que ela parecia bem, foi aí que percebeu que sabe fingir.
alguém? nada, eco.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

resista ao canto doce da sereia. não entre nesse rio, que está verde. espere que amadureça! não caia neste pântano escuro, não nesse momento, tudo ao seu tempo, calu, caluzinha. num se deixe levar agora, mantenha-se e espere o carnaval, se guarde, digamos assim. espere, e exploda, exploda ainda mais como sempre fizemos. quem te salvará sou eu, dessa vez fui eu. calu florida,espera o calor...
(me arrepiei, calu me percorreu em resposta. cada vez menos imaginária, eu)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Mar de Maíra Mar de Maria

Mar ia e via Maíra perdida, elevada a zero, desamparada
- desamparo eloqüente de quem nem sente -
Mar ia e vinha.
Mas sempre que voltava, nos remelexos, Maíra mergulhava naquelas ondas:
Sabia que tinha um lugar.
Mas Mar ia.

Uma vez voltou no remelexo e ficou na calmaria.
Aí sim que Maíra realmente conheceu o vasto Mar de Maria.


(para Maria, que ainda não foi. E que fique sempre)

sábado, 20 de setembro de 2008

sonhando com o verão e todas aquelas douradas peles e dias. e quando eu sonho (acordada) ouço todas as risadas douradas e todos os tudos dourados. porque o azul de um céu dourado e a nuvem de um céu dourado é o mar dourado, é a areia dourada, tudo é d'ouro, um ouro ainda mais valioso do que se pensa, porque se trata do ouro de amores, amores porque não só um. ter só um é bobagem, bobagem mesmo. que delícia é amar. e quando se ama sem ter alguém? e quando se apaixona sem ter? não me chame de louca. sou eterna amante.
havia me prometido: deixe o romantismo pro verão. mas não me contenho e espero ansiosa. ansiosa pelo sol se pôr à 19, ansiosa pelo sal nunca se pôr. e pela não volta pra casa. ansiosa como uma criança. e quando ouvi a cigarra enquanto sonhava de banho tomado, depois da praia, corri para dentro e me vi ali no dourado de pele, de dia. de calor.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

comando-os com meu sopro, sopro fino, nem faz bolhinhas, não faz dobras no chá. sopro e, como se soubessem meu percurso predestinado, em fila caminham até o outro lado da xícara, e retornam em círculo... são lindos os grãozinhos do chá, os que restaram depois da peneira. conservados no morno, seguem meus comandos, fazem ciranda, os grãozinhos. bonitinhos, pequena situação que me deixa confortada, satisfeita, sinto a maior emoção do mundo, de felicidade. junto com o banho tomado, o cabelo escorre, escorre, escorre até o pé, se eu deixar. mas não deixo as gotas arrepiarem-me a pele, as coíbo. deixo estes arrepios para depois e me tomo em deitar, nua, na rede. está calmo e bonito o dia, que delícia este vento! não há ninguém em casa e da janela vejo o mar, vai e vem, vai e vem. vem vem, vai. as ondas são como eu sou, insistentes, brutas em um dia, calmas, ou sem fôlego em outros. escura ou clara, assim como as ondas, reflito muito o céu, a lua, o sol, depende deles o meu ondar. gosto do mar, gosto do mar quando ele está verde também. e calmo. eu fico calma, bóio; nessa minha praia, posso fazê-lo nua. gosto também de ficar nua, do jeito como nasci, do jeito do jeitinho. mania de se vestir estes homens. conservar à flor da pele a marca de um dia. de um dia de trabalho, de sol, de chuva as gotas. coibir as gotas da chuva? estas não. estas me percorrem como fizessem parte de meu ser. deixe a chuva, deixe. observe os pingos as gotas. cai lá pra cá. o chão e o céu se mesclam num só, a chuva é a intersecção, a chuva liga, liga muito e os azuis do céu e chão mar se confundem na cabeça, e eu levanto nua, já seca, visto uma roupa, abroaporta fechoaporta, elevador 1 obrigada [porteiro abriu portão] atravesso e pego o ônibus.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

talvez eu goste de paixões platônicas... me mantêm acordada durante horas! dormir pra quê, se eu sonho tanto quando tô acordada!? mas que coisa gostar tanto de sonhos... olhar pra mão, sabia que se você conseguir olhar pra palma da mão no sonho, pode controlá-lo? nunca consegui. às vezes vou dormir pensando olha pra mão, olha pra mão.... mas eu esqueço-me na hora da aventura. o coração dispara até naquela hora. mas já consegui foi voltar pro mesmo sonho, legal.

realização de um desejo; a morte [talvez da culpa]; regeneração pela morte.
parece que é isso aí. é isso aí que costuma acontecer comigo nos períodos! mas costuma-se ter o primeiro como último. preguiça de explicar, nem precisa...
pra quê explicar, se sonho tanto quando tô acordada? pra quê sonhar, se durmo tanto quando tô acordada? pra quê dormir, se explico tanto quando tô acordada? pra quê acordar, se explico tanto quando tô acordada? pra quê explicar?

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

a lágrima una ficou lá, paradinha no olho esquerdo. não queria escorrer, se sentiu vazia. e que vazio! até de lágrimas, dessa vez... logo eu, que sempre fui cheia delas! eu fui cheia delas e o buraco é um escape. e elas devem ter fugido por lá! cansaram de deslizar minha face, percorrer um longo caminho de poros no rosto, e enfim cair para ser uma gota qualquer, que expressou uma dor ou prazer. e essa não quer sair! ela fica tão ali, parada. espero e ela não cai. não quer, não quer, ela quer me habitar, esta dor. quando a gente chora parece que é pelas lágrimas que as dores vão embora, então quero que essa caia; caia logo, lagriminha, e me tira a dor, que pinica meus sentimentos, me incomoda e agoniza em mim
Uma decepção... uma não, muitas!
e perdemos o tesão... é fácil demais perder o tesão! é angustiante tudo aquilo que é fácil demais... e é, portanto, angustiante perder o tesão. não ter vontade de fazer aquilo que se quis, perder a força de vontade pro esforço. esforço cansa... e muito quando não se tem tesão... a coisa mais triste é desvalorizar o esforço alheio, trabalho que durou horas, dias, anos, não interessa, é um trabalho construído por cada fato, cada pedacinho de criatividade e força de vontade (junto com tesão às vezes) alheia. não valorizar o que foi construído é uma imensa falta de respeito. e respeito é, de fato, o que falta. o que é respeito? nem eu sei mais. ouvir é importantíssimo para se respeitar, procurar compreender, a espera é respeitosa, mas o atraso não. o interesse é respeitoso, o silêncio nem sempre é. é preciso ter tesão para se respeitar e é preciso respeitar para se ter tesão. a máquina não anda se não for assim, o homem-máquina, produtor de suas. suas tudo, 'produtor' (e produto) das relações! relação sem respeito e sem tesão, galera, não rola!
então, perdi o tesão. vou fazer, mas sem ele.
o medo de tudo ser posto a perder é desesperador. peço pra despertarmos

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

e a angústia me pegou pelo vazio... dessa vez ela entrou em mim pelo buraco no qual eu caí, profundamente. e me vi lá, naquele mesmo apartamento sem ar (mesmo estando fora dele - e quando aqui cheguei, tinha gente, gente que pra mim era.. sei lá,.. não senti). me pegou pelo vazio, olha só! e ali com tanta gente, no salão, inclusive depois das risadas e saltos, porque veio me pegar, cacete? eu estava legal.. não, não estava. e estava com a falta e excesso de mim mesma, e o buraco, ai meu deus! e porque me engano... não vejo nada, só tô vendo branco. e branco, buraco branco. ou preto. que angustiante deve ser ler isso, porque é massante, está tudo massante porque foi-se embora tudo. tudo que de verdade verdadeira era nada. mas era a superfície do buraco que tinha uma superfície. não quis quebrá-la mas tem uma hora que tudo encharca. e a gente cresce ou não. eu preciso de uma ruptura, tá me faltando. e não me sinto calu escrevendo, e não me sinto maíra. e não escrevo agora como elas, mas sou isso aqui mesmo que está sendo escrito. e quando vim inquieta no ônibus, e quando vi as luzes, um pensamento tão desajeitado do que é esse vazio. ela foi me pedir pra pensar nesse vazio e eu não consegui pensar durante todos os 5 dias. chegou hoje e o vazio me pegou. na verdade, a angústia me pegou pelo vazio, pra eu poder pensar nele... mas nada pode ser um pensamento concreto, porque nada me é concreto no dado momento.
e como outras vezes, estou me sentindo abstrata. sou algum farelo que se desfaz naquele roçar de dedos. quem sou eu?

terça-feira, 19 de agosto de 2008

fale-me sobre o silêncio
fale logo, que estou aflita!

fale-me sobre o silêncio e não vou dar dicas sobre o que eu quero saber dele, comece por onde quiser ou puder, vá até onde sua intuição te levar.

fale, você que lê o que eu costumo dizer por aqui. você no plural, quero ouvir muito sobre o silêncio

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

um nome

um dia acordei e não era mais eu. todos os meus sentimentos, angústias, orgulhos, memórias, fugiram de mim, consciência plena de um vazio. percebi que algo me faltava. por onde meu corpo andara? o meu corpo! como seria seu jeito próprio de ser um corpo? não sabia me movimentar.
entrou em pânico quando lhe veio à cabeça a idéia de ter perdido a memória, quis se matar, chegou à janela. olhou para baixo ONDE ESTAVAM TODAS AS MEMÓRIAS?????????????????????????????????????????????????????????????????????????
órfã de um mundo, de si! se sentia desconfortável dentro daquele corpo, perdeu a consciência sã estava para sair correndo e não sabia nem para onde correr e porquê correr estava confusa perdida em todas as emoções que não existiam dentro dela.
levantou, procurou fotos pelo quarto, o mural de ímã! lá tinha fotos com pessoas sorrindo, era seu corpo, reconheceu -sentiu-! e panfletos de eventos, e ingressos de shows, e desenhos, e, percorrendo o olhar por tudo isso, parou em um documento. tinha seu nome, imaginou. mas não procurou ler de cara. havia esquecido, inclusive, que existia um nome. o que também determinaria seu futuro conhecimento da verdade: aquele corpo... seria dela? seria da mente que o habitava?
ora, eu havia de entender o que se passava. peguei-no..................................................................................................[lendo]
um nome. um nome. um nome. um nome. acabara de nascer! nasceu no meio de duas vidas. na metade. soube seu nome. pensou:eu me apaixonaria por esse nome. esse nome agora é meu. eu sou a pessoa que este nome determina e sou exclusivamente nomeada assim.
mas não bastou, ainda não conhecia sua história, tentou se enganar em vão. aquilo a estava deixando......... ficou tonta. escureceu a vista. não sabia mais falar. estava cega, no ouvido, apenas um zumbido. e caiu, profunda, em si.

lá dentro construiu sua própria história, imaginou tudo, tintin por tintin. viveu um mundo de sonhos. enxergava, por dentro, tudo aquilo que havia conhecido. ela vivia! e vivia mesmo. só que por dentro. não era mais sensível fisicamente, portanto, não tinha noção do que se passava fora, esquecera que havia o externo.
e será que, enquanto vivia-sonhava, estava morta? seria aquele sonho profundo de uma vida, a subconsciência da menina do quarto e das fotos e do nome? e aquele momento em que acordou e não sabia se estava em seu corpo seria um momento de total introsamento consigo mesma (como dois desconhecidos), um momento de conhecimento da sua subconsciência?me pergunto, aflita, qual seria a vida daquela menina das fotos, do quarto e do nome...

domingo, 10 de agosto de 2008

e...............................

sábado, 9 de agosto de 2008

A outra

Agora ela, ela, sim, me disse coisas sem dizer, sem nem imaginar.
ela que me escreveu cartas de vários jeitos. nossa, seu jeito de falar. nossa, o que ela pensa. pelo que eu penso, ela é eu melhorada. me descreve, ingênua. inocente que só, fala nas palavras sábias seu imenso mundo de si. si, ou mi. porque me vi quando a li;
me inspiro quando a leio. ela me é quase um livro. se eu disser que ainda não a conheço, posso inclusive me sentir só. porque mesmo não a conhecendo, é como se fosse, porque ela estava em mim quando a encontrei. e não é calu, e não é aurora. e não é o sol também com seus pingos de nuvens. e não é nada que está aqui.
e também não digam que a amo, não a amo. também não digam que penso nela, porque não é assim... não a vejo fora de minhas letras, meu refúgio. tamanha inspiração ela me deu...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

pois me descobriste tão rápido que chego a sentir-me nua à frente tua e me escondo por não querer que vejas minhas extremas verdades, tais com quais me condeno. me sou condenada até a morte, talvez até para que eu melhore. mas o que me aflige e me traz insônias, é não saber como conseguiste puxar, tirar, arrancar, tão delicadamente, os meus sentimentos, trazê-los à tona, e moldá-lo como queres. não estou apaixonada, apenas te amo. e como se fosse um pequeno sentimento, o guardo pra mim, e ninguém o sabes... do jeito que só você pode alcançar o que não lhe digo, vai chegar à essência de mim sem que eu note, e entender meu amor pelo seu olhar, não pela minha fala.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

me deixem apreciá-la só!

não é possível que nem minha dor eu possa apreciar sozinha, egoistamente...

sexta-feira, 11 de julho de 2008

acabo de me perceber dependente. Sou dependente destas tintas e canetas:
como não me conheço, teimo em me pintar de cores e palavras - pra ver se me acho.
As cores e palavras me abrem caminhos para meu enfim conhecimento de mim. as cores e palavras são armas preciosas e as utilizo para entrar na minha própria mata (in)consciente. sou dependente posto que não me considero eu mesma, própria, concreta e abstrata não me conhecendo como sou. Portanto busco tanto a minha essência. Portanto falo tanto em mim.

Estou em constante processo de descobrimento, sou um território inimigo para mim mesma, visto que não conheço minhas próprias armas, e deixo (insconscientemente) meu inconsciente reinar. quando me flagro assim, me pinto para me ver consciente. nem sei quando fico mais em paz.

terça-feira, 8 de julho de 2008

levanta-me, aurora

quando o ódio me toma, sei que sou irracional... mas algo me consome e por isso estou desgastada... canso, canso.... num degrau, subir fica difícil... dói-me a coluna, dói-me todo o corpo... me vejo sentada na cadeira ou deitada no sofá, simplesmente jogada, não cuido de mim... "estou tão cansada", digo o tempo inteiro... mas pera, não é ódio, é a pura melancolia que me sobe a cabeça, fervilhando o meu sangue, me levando à agitação; agitação tal que me cansa ainda mais. preciso de uma cura.

insisto em esperá-la... mas será que, na verdade, sou eu que tenho que me curar só?
é, acho que sim, mas é tão difícil, estou tão cansada!

domingo, 6 de julho de 2008

Preciso de um livro triste pra ler e não ter de explicar os motivos do meu choro e da minha melancolia... fácil é entender os que choram por motivos claros, e assim eu seria entendida e não seria perturbada... não acredito que não sejam capaz de entender minhas dores, eu é que não me vejo capaz de explicá-las... talvez eu não queira.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

morri sem você em outras vidas e tenho medo de me acontecer outra vez... estou incerta do futuro, e como já disse, tenho medo do futuro incerto... me dê certezas para que eu durma em paz, não me deixe solto ... sinto a falta de algo, estou caindo.......caindo..................meus olhos se fechando.....não mais vejo, estou confuso, estou difuso... estou vazia, estou cheia, caí sozinho, eu que me fiz de tola.
Eu que não me quis ver... eu que choro......eu que imploro.... eu que desmorono, eu que me fecho para mim.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

pois aqui estou, novamente em movimento constante dentro. tudo gira... estou perdida, e não tenho noção do futuro... algo em mim adora ter essa noção e ao não tê-la sente-se só... pois assim estou, em movimento dentro... e assim não queria seguir, sim mudar... mas nem sei se serei capaz: e se eu ferir alguém? como um punhal que entra vagarosamente e lhe tira o sangue... e se esse sangue for meu? e eu cair de novo em profundezas estranhas-sem-fim? que medo tenho de me deixar rolar... e (lhe ou me) tirar o sangue...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Agora, neste exato momento, às 12:44, se digo que estou fora de mim, saí do meu corpo, sobrevôo o planeta e flutuo em pleno universo infinito; é algo extremamente extasiante. Quando estava infeliz, saía de mim e ficava sem mim, subia-me a vontade de respirar como se eu estivesse sufocando. mas no momento, minha vontade de respirar é para captar todos os componentes desse bom ar que me cerca. estar fora de mim é não ver o mal, é não enxergar coisas ruins, sou alienada agora. e quero ser, quero ser alienada à tudo e respirar o bom ar. ponto.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

tardes com W

não sei mais... posto que me encontro em horas de felicidade - nas quais me distraio do mundo, e estou fora dele. me perco por dentro e por fora com paz de espírito, evocando lembranças tolas que esquentam o coração - ; como de repente, num som, numa voz (de quem?), num pensamento tomado por segundos, caio em profunda tensão, com uma gota de antiga depressão... estando só no apartamento, me vejo facilmente entrando em um momento de devaneios estúpidos, dos que esfriam-me, e não dos que esquentam. deixo-me, então, desaguar nas cartas de Werther, podendo sofrer com ele, os seus sofrimentos, esquecendo-me e lembrando-me dos meus...

segunda-feira, 23 de junho de 2008

embora já tenha me acostumado com a idéia de não te ter, - ou quase isso - teu nome não sair de mim é um alívio. de minhas depressões tu és a cura. Ai, graças à deus, ouvi teu nome de mim mesmo, e estou são. sorrio sozinho de quando em quando, e me liberto da profunda escuridão de antes. me acostumei a não ser teu; mas continuo a sonhar.

domingo, 22 de junho de 2008

ando pela casa, inquieta. se tenho febre, nem sei, tenho frio. dentro e fora. calafrios percorrem meu corpo sonolento. dores. lágrimas. não tenho vontade de levantar de mim. ando deitada. estou calada. não pretendo ligar, nem mandar sinal. pretendo ficar escura só por hoje. não que eu ame minha melancolia, é que hoje ela precisa de mim, assim como preciso de você. 37. anemia.

metade II

Me reviro na cama, não quero dormir, já dormi umas 12 horas de sono nesse frio chuvoso... Adriana não pára de cantar pra mim toda a minha melancolia, não vejo nada que não seja cinza, e estou só. Mas quando digo só não digo só interiormente, estou física e psicologicamente só. 'eu estou ao meio', 'eu não moro mais em mim'.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

ciclo

Logo de manhã cedo ou à tarde, não interessa a hora - é quando a gente acorda - tu és um beijo; em seguida, levantamos e tomamos café da manhã como se não nos conhecêssemos; e na hora do almoço nos odiamos, travando uma sangrenta luta de garfos e facas, e, após o almoço, estamos mortos. Quando acordamos de nossa morte profunda, provocamos um ao outro; à noitinha procuro chamar sua atenção e fingimos que não nos queremos. No ápice da noite tu és um guerreiro por meu coração e trocamos flechadas pelos olhos. Você me beija ou eu te beijo; e durante toda a madrugada somos raposas sem sono e, quando dormimos, o fazemos como um grande nó, entrelaçados. De manhã ou à tarde, não interessa a hora - é quando a gente acorda - tu és um beijo.

(Dezembro de 2007, quando calu ainda não havia me encontrado)

domingo, 15 de junho de 2008

nada está me cansando mais do que eu mesma
não teria a mínima coragem pra dizer aqui, tudo, tudo o que perfura minha dor, dolorindo-na ainda mais.... descobri que as reais dores não são feitas pra se expor assim ao mundo... as reais vem de dentro, vão para dentro, não vomito as dores verdadeiras, apenas as falsas... minhas dores verdadeiras, as digo para quem está em mim...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

vício

inconscientemente, me perdi em ti, me perdi em ti, me perdi em ti, me perdi. E aí quando me dei conta nem quis me achar porque

domingo, 8 de junho de 2008

nostalgia

por um instante chego a pensar que amo menos a ti do que minha saudade por ti. amo minha nostalgia, sou nostálgico até o fim, em que me deito teu, e desfaz-se a nostalgia, ela se transforma em presente, e sou teu presente, e és o meu presente. Doce flor do meu viver, amargo mel do meu cantar.
Aurora (8/4/08)

domingo, 25 de maio de 2008

esofágico ou esofagiano

esse vazio me consome................................... virei ar, ou vácuo. não sei nem se sou um ou menos um. cada inverso maluco, e esse vazio sem verso e sem diverso.... tão invário e monótono.... tão cheio de nada. o vazio está de saco cheio de não ser nada, me consome e nem sabe, coitado do vazio, consumir assim alguém cheia de tudo, vai ver ele se sente bem.. e nem sabe... ele me consome e eu consumo ele.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

falta

Amarelo, amarelo, tão amarelo..... muito amarelo!!!!
Não é de Cádmio não, é aquele do cotidiano sobre o qual já lhe falei....
falta das suas rezas, das suas palavras; falta das suas reclamações, de seus gritos; falta das tuas falações e nossas conversações... falta sua...

terça-feira, 20 de maio de 2008

Explicações

E é tudo tão pra mim que não me incomodo em explicar...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

ela não se entende mais e as flores não eram pra ela. Como se não fossem mesmo! Que dor ela sentiu! Como todos os poemas que achava que eram pra ela. Agora as flores é que não são. Sua imaginação é tão irrealizante que se esquece, cai nesse profundo sonho aberto e se abre. Caindo numa mandala de cores, profunda. Um penhasco dentro dela, e ainda se deixa cair nele?! "Tola!", ela disse pra si.

Aurora

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Ah, mas se digo que foco em ti é tudo mentira. Preciso focar-me em mim pra me fazer eu mesma. Sou um intenso curso de minha ajuda pois preciso de mim. E podem me chamar de centrada no meu ego. Pois não é isso que sou, fui tão descentralizada que meu alter ego me chama pra dentro de mim, e é aí que me pinto de mim mesma, pra poder manter meu olho focado em mim, que sou só minha. E que me penso tanto só eu. Tanto em mim, que não esqueço de ninguém, são todos mim, mas sou só eu que me penso.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Maíra

Me apaixonei por mim mesma. Esqueço que não sei nada sobre mim e me invento a partir das imagens que me tenho, a partir da pequena quantidade de informações, como um detetive. Me apaixonei e não penso em outra coisa a não ser em mim, no que eu deveria ser na realidade. Acho que não me sou e nem sou mim. Sou eu, e me apaixonei por outra que me mora dentro. Outra que eu tento fingir não amar e não ser. Ela tenta ser eu, gosta do que eu gosto, tem meu nome, mas se parece mais avançada e mais velha, madura, concreta. Enquanto eu me sinto abstrata.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Momentos de espera do meu Eu pensante (leia sem menor entonação)

Solto pequenos trechos como se fossem complementares para boas histórias.
Nesta minha espera, não estou ansiosa, não olho o relogio de milésimos em milésimos de segundo;
nem estou ofegante com minhas palavras: as pontuo ( com ponto final) bastante.
Também não observo as pessoas, suas caras, suas roupas, tãopouco imagino suas vidas, como o de costume. Apenas observo, como se flutuante, os objetos. Estes que são maiores que eu. Sou muito menor do que esses objetos monumentais, como a Escola de Cinema Darcy Ribeiro e como os ônibus. Ônibus, carros, ônibus, carros. Buzinas. Um ônibus freia de repente e logo passa um carro vermelho.
(Mais uma história, um trecho complementar:) passa um motociclista com um buquê de flores, desviando dos ônibus e carros nesta chuvosa espera. Logo, imagino a cena descrita em um romance, o qual não tenho idéia do começo, do meio e nem do fim, e somente o complemento com este trecho que o autor escreve: um acidente trágico o deixa caído, morto, e misturadas com seu vermelho sangue, as rosas. Poéticas e crônicas histórias eu solto soltas de qualquer contexto.
Continuo a observar, e penso que seria normal vocês, leitores (até os imaginários), não terem idéia destes meus pensamentos, mas como tudo o que penso está automaticamente sendo datilografado para meu computador, é inevitável que possam ter conhecimento.
O taxi continua parado no mesmo lugar. Ah, agora me lembro que não havia mencionado o taxi que está, desde o início de minha espera desanciosa, parado a minha frente. Ele está atrapalhando o trânsito.
Pela primeira vez, um homem no ônibus não tem meu olhar desviado. Fito seus olhos, sem nenhuma atração. Simplismente o faço, como simplismente flutuo observadora.
Ao mesmo tempo que percebo que o taxi que está à espera de algo não é de companhia, os atores da peça que acabo de ver, mais a atriz 'global' pela qual uma conhecida minha é apaixonada, passam pela porta do CCBB, e páram ao meu lado. Conversam, e logo entram no taxi. Ao mesmo tempo, passam ônibus, e dentro deles estão pessoas que, como hipnotizadas, olham sua atriz de cabelo recém-cortado. Algumas ainda chamam suas amigas ao lado para vê-la
Não penso mais. Flutuo apenas. Sem a mínima vontade. Não quero ir, não quero ficar; portanto quero os dois.






Agora, o fim da minha espera: chega um fusca cor de pingado, que buzina, então entro no carro, e se segue uma conversa rotineira com minha mãe sobre nada.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Não perguntar o que se passa dentro de nós é algo impossível. Do fundo dos rios tiro perguntas, e do alto do céu, lá de dentro do infinito tiro sentimentos; nada vai além de ti... porque estás em tudo... sem querer me pego pensando em tudo. Sou tola e admito... mas não quero que o vejas. Por isso não lhe puxo pelo braço e vomito as palavras, elas estão tão contidas em mim, que minha língua enrola, entro em convulsão, mas nada me sai, pois as aperto, para que me furem, e quero tirá-lo de mim, mas as pérolas do seu olhar me curam, e não sais daqui. Não. Não sei, mas talvez não queira saber o que se enrola por aí... deixo no mistério, digo que nunca mais, mas no fundo, é menos que palavra, segundo alguns... embora eu acredite, e finja que quero, sei mais que niguém que não quero... e sou hipócrita. estou em conflito aqui dentro e não há ninguém que vá me ajudar, talvez porque eu não queira.

domingo, 16 de março de 2008

prelúdio

hoje o dia acordou estranho... não chove, não faz sol, não faz frio e nem calor... no ar um peso, um peso leve, escondido, porém comentado... todos percebem a tensão no ar, mas ninguém ousa detoná-la. porque é uma angústia precisada no momento, algo da vida, algo do tempo... que não vai sumir por enquanto...e acelera o coração, emocionado, cheio de tristeza e dor.......

sexta-feira, 14 de março de 2008

crepúsculo

Nesta tarde sou uma caixa de surpresas da qual ninguém tem conhecimento. Meus sentimentos são fogos que explodem coloridos e escuros, por cada sonzinho que ouço... nesta tarde chuvosa e nublada, dentro de mim há um sol opaco, que me mostrou um dos caminhos que procurava, e é opaco porque é triste e maldoso com o coração... o coração que mora na minha alma. Nesta tarde tomo decisões e me afasto. Nesta tarde sou outra como nunca fui. Sou como não fui ontem, e também como não serei amanhã...

quarta-feira, 12 de março de 2008

meio meiotérmico

Às vezes me sinto tão meio termo que tenho vontade de pular do muro sem mesmo saber pra que lado vou cair. Não quero mais esse meio vazio o qual habito e vivo de hábitos. Quero cair desse ambiente num ambiente secreto maior do que terminal, que seja meu, cheio de mim, sem meio, só meu. Quero partilhar de ideiais com muitos e de idéias comigo mesma. Só me quero querer, cansei de não ser flor.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Cubra teus olhos. Deixa-te na escuridão, para quando abrí-los apreciar a beleza que está a sua volta. Não banalize, não banalize, naturalize. Por favor abre a janela, abre teus olhos. Não.

sábado, 1 de março de 2008

Não consegui. Dentro de minha mente formulei um plano, criei frases perfeitas para serem ditas nos momentos ideais, te dizer o que eu acho que penso, nem sei se é, na verdade. Mas acho que queria dizer, e sentir. Um amigo só.... não quero perder-te, te quero?

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Me(se) mata

Me joga lá fora, me empurra da janela, me deixa pegar a chuva e a friagem, não me salva se eu estiver me afogando, me deixa pisar no prego e me machucar, não me avisa nada, finja que não exista, pra eu não te amar...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Não cabe em mim

Roxo, estou sem criatividade, penso demais, num cabe em mim e nem nas palavras. Quem quiser saber que bata na porta - toc toc toc - e entre sem hesitar pra descobrir o que há em mim...

Quando descobrir me conta tudo.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Trecho de Macunaíma de Mário de Andrade

"e a cabeça não pôde entrar. Macunaíma não sabia que a cabeça ficara escrava dele e não vinha para fazer mal não. A cabeça esperou muito porém vendo que não abriam mesmo matutou no que ia ser. Si fosse ser água os outros bebiam, si fosse mosquito flitavam, si fosse trem de ferro descarrilava, si fosse rio punham no mapa... Resolveu: "Vou ser Lua". Gritou:

- Abram a porta, gente, que quero umas coisas!
(...)

A iandu principiou fazendo fio no chão. Com o primeiro ventinho que brisou por ali o fio leviano se ergueu no céu. Então a aranha tatamanha subiu por ele e da ponta lá em riba derramou um bocado de geada. E enquanto a iandu caranguejeira fazia mais fio de lá pra riba, o de baixo branqueava todo. A cabeça gritou:

- Adeus, meu povo, que eu vou pro céu!
E lá foi comendo fio sobessubindo pro campo vasto do céu. Os manos abriram a porta e espiaram. Capei sempre subindo,

- Você vai mesmo pro céu, cabeça?
- Uum, ela fez não podendo mais abrir a boca.

Quando foi ali pela hora antes da madrugada a boiúna Capei chegou no céu. Estava gorducha de tanto frio comido e muito pálida do esforço. Todo o suor dela caía sobre a Terra em gotinhas de orvalho novo. Por causa do fio geado é que Capei é tão fria. Dantes Capei foi a boiúna mas agora é a cabeça da Lua lá no campo vasto do céu. Desde essa feita as caranguejeiras preferem fazer fio de noite."

domingo, 20 de janeiro de 2008

Casei-me

Casei-me com ela. Fizemos das árvores caídas, nosso buquê e coroa de folhas; do vento, o véu; do céu, a capela; do chão úmido quase mar, nosso tapete vermelho. Casei-me com a chuva. E de novo ela veio quente, para me abraçar. Sem padre, sem nada, pois somos por nós mesmas, o amor. E quando ela se chove, tira-me a saudade. Pois somos o amor.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Como se me abraçasse, ela veio. Cada pingo era um calafrio. Pingos quentes, como se o fizesse justamente para calar meu frio. Meu, transformado em algo de sua posse para destruí-lo. Toma, leva, cura, livra. Essa dor de dentro, esse vazio daqui. Cale-os.
Chuva.


(se eu jurar que calafrio + calar meu frio saiu despropositalmente, alguém acredita?)

domingo, 13 de janeiro de 2008

tinta cadáver

Então o pacto se salva pelas água de uma terra trêmula.
e Naquela Madrugada de selo-amor, as constelações foram enxergadas.
Pleno sentido. Sentindo plenamente bem tudo.
E quando há deus, há sofrer, há morrer de dor,
há também amor.
Tenho vontade de dizer tudo escuro. Pra só eu entender minhas palavras.
Mas preciso dizer, mesmo que não entendam.
Porque escrever é isso pra mim, eu tola nessa coisa. Nem sei escrever direito.
Mas sabe o que importa? É justamente o meu entendimento pela minha coisa escrita.
Que escrever esclarece para mim, mesmo que escureça para ti, e mesmo que pareça feio,
sem rima ou rítmo, quero sem melodia. Porque são pensamentos caindo da cachoeira de idéias, de tinta no papel (ou nos tempos modernos, essas letras aí sem alma que aparecem numa tela

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

VIVER. Eu queria saber escrever, porque voltimeia fico com sentimento preso na garganta, ali um pouco mais pra baixo, no esôfago, ali no lugar que a gente sente o vazio também. Sei lá, queria saber escrever porque eu acho que viver é muito bom, e também acho muito legal dizer pras pessoas que está feliz e como isso tá se desenvolvendo dentro do meu corpo. Eu adoro ouvir/ler que as pessoas estão felizes, principalmente se ela disser como é que tá sendo, saca? Fico feliz também, nem preciso ser amiga da pessoa não, falo sério. Mas é que saber escrever é tão legal, porque aí essa pessoa (a que sabe escrever) começa a descrever as paradas, - gostomuito dos que falam como tão sentindo as coisas - aí a gente vê que não é só a gente, e isso dá mó conforto, essa mania do homem de compartilhar...

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

aiaiaiaiaiai... rosa branca...