sábado, 15 de novembro de 2008

o que esperas? que eu corra? pois correrei então... correrei como nunca corri, em busca de suas cartas, casas, de pôr o lixo, seu intervalo. correrei mais do que já foi corrido em busca de você. não em busca de seus sonhos, porque você quer tê-los à mão, mas é claro, te amaria em ver-te correndo atrás do que queres, e te amaria em ver-te me querendo. E nós correríamos sem ter um rumo, simplesmente porque o tempo é tão pouco que precisamos escapar do chão que está para trás, porque o tempo é curto demais para se viver do chão que passou. E quando chegássemos ao horizonte, ficaríamos com tanto medo de cair, que nos abraçaríamos, e ali mesmo - no meio do horizonte! - nos daríamos um ao outro, sem receios, porque é melhor cair depois do amor. Mas se caíssemos mesmo no abismo depois da linha, não ligaríamos em ter a morte tão próxima, porque vivemos tanto, tanto, que o nosso futuro é o que nos pertence, e a vida é um chão que passou.

Um comentário:

Anônimo disse...

uma visão romântica (no sentido de melancólica) da vida. Mas muito muito bonito " a vida é o chão que passou", lindo!