sexta-feira, 11 de abril de 2008

Maíra

Me apaixonei por mim mesma. Esqueço que não sei nada sobre mim e me invento a partir das imagens que me tenho, a partir da pequena quantidade de informações, como um detetive. Me apaixonei e não penso em outra coisa a não ser em mim, no que eu deveria ser na realidade. Acho que não me sou e nem sou mim. Sou eu, e me apaixonei por outra que me mora dentro. Outra que eu tento fingir não amar e não ser. Ela tenta ser eu, gosta do que eu gosto, tem meu nome, mas se parece mais avançada e mais velha, madura, concreta. Enquanto eu me sinto abstrata.

Um comentário:

Júlia Borges disse...

Eu sei que é tolo fazer um comentário só elogiando, mas é só o que me sinto capaz de fazer agora.

Adoro a forma que você escreve e o que você escreve.

Beijos