sexta-feira, 28 de novembro de 2008

como se as flores não fossem para ela... e não eram mesmo, outra vez. Ela não aguentava mais ter que passar pela mesma situação, sempre se metendo em furadas e se iludindo com os mil dela. A vida é sonho, já nos dizia Salomão, mas ela foi fundo nessa desde o início e agora não sabia viver a realidade. Sonhava com tudo, dormindo ou acordada, a vida é sonho, repetia. Mas um dia ela caiu, não em si, porque não acredita jamais na realidade: caiu de dor. quis virar pó, de novo? sim, de novo outra vez novamente, como sempre!
precisa se livrar do buraco. e tdudo vai se juntando, a chuva, o ar, o apartamento sempre vazio - mesmo quando cheio, a falta.
o que acontece? não sabe. talvez pense demais em coisas banais. talvez. se sente banal e por isso quer virar pó, não se sente importante, não vê diferencial.
só pensa em virar pó. e se misturar na areia daquele mar, que é onde guarda todas suas recordações, e viver de sonhar para sempre, e só.

Um comentário:

Júlia Borges disse...

uma vez pensei como seria bom se meu sonhar fosse viver... mas não exatamente viver sonhando, porque traz muita dor se um dia você percebe que isso é a mais pura fantasia... Mas como sabê-lo?
Talvez a fantasia seja não ser feliz no viver e a realidade se disfarça como sonhar, mas no fundo - com um beliscão - é o mais vivo e real possível... dá pra entender?
enfim, ainda me vejo demais nos seus textos, o que pode ser meio perturbador, mas é mais encantador do que qualquer outra coisa.