Todo dia ela chora, tão cansada que queria ser pó. grão pequeno sem peso sem sentimento. Se pergunta pra que que serve a vida se tudo é assim. e o pior é que ela queria estar feliz, de verdade. todos se foram e só ficou o buraco. Levantar? Pra quê. lhe disseram que ela parecia bem, foi aí que percebeu que sabe fingir.
alguém? nada, eco.
sábado, 27 de setembro de 2008
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
resista ao canto doce da sereia. não entre nesse rio, que está verde. espere que amadureça! não caia neste pântano escuro, não nesse momento, tudo ao seu tempo, calu, caluzinha. num se deixe levar agora, mantenha-se e espere o carnaval, se guarde, digamos assim. espere, e exploda, exploda ainda mais como sempre fizemos. quem te salvará sou eu, dessa vez fui eu. calu florida,espera o calor...
(me arrepiei, calu me percorreu em resposta. cada vez menos imaginária, eu)
(me arrepiei, calu me percorreu em resposta. cada vez menos imaginária, eu)
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Mar de Maíra Mar de Maria
Mar ia e via Maíra perdida, elevada a zero, desamparada
- desamparo eloqüente de quem nem sente -
Mar ia e vinha.
Mas sempre que voltava, nos remelexos, Maíra mergulhava naquelas ondas:
Sabia que tinha um lugar.
Mas Mar ia.
Uma vez voltou no remelexo e ficou na calmaria.
Aí sim que Maíra realmente conheceu o vasto Mar de Maria.
(para Maria, que ainda não foi. E que fique sempre)
- desamparo eloqüente de quem nem sente -
Mar ia e vinha.
Mas sempre que voltava, nos remelexos, Maíra mergulhava naquelas ondas:
Sabia que tinha um lugar.
Mas Mar ia.
Uma vez voltou no remelexo e ficou na calmaria.
Aí sim que Maíra realmente conheceu o vasto Mar de Maria.
(para Maria, que ainda não foi. E que fique sempre)
sábado, 20 de setembro de 2008
sonhando com o verão e todas aquelas douradas peles e dias. e quando eu sonho (acordada) ouço todas as risadas douradas e todos os tudos dourados. porque o azul de um céu dourado e a nuvem de um céu dourado é o mar dourado, é a areia dourada, tudo é d'ouro, um ouro ainda mais valioso do que se pensa, porque se trata do ouro de amores, amores porque não só um. ter só um é bobagem, bobagem mesmo. que delícia é amar. e quando se ama sem ter alguém? e quando se apaixona sem ter? não me chame de louca. sou eterna amante.
havia me prometido: deixe o romantismo pro verão. mas não me contenho e espero ansiosa. ansiosa pelo sol se pôr à 19, ansiosa pelo sal nunca se pôr. e pela não volta pra casa. ansiosa como uma criança. e quando ouvi a cigarra enquanto sonhava de banho tomado, depois da praia, corri para dentro e me vi ali no dourado de pele, de dia. de calor.
havia me prometido: deixe o romantismo pro verão. mas não me contenho e espero ansiosa. ansiosa pelo sol se pôr à 19, ansiosa pelo sal nunca se pôr. e pela não volta pra casa. ansiosa como uma criança. e quando ouvi a cigarra enquanto sonhava de banho tomado, depois da praia, corri para dentro e me vi ali no dourado de pele, de dia. de calor.
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
comando-os com meu sopro, sopro fino, nem faz bolhinhas, não faz dobras no chá. sopro e, como se soubessem meu percurso predestinado, em fila caminham até o outro lado da xícara, e retornam em círculo... são lindos os grãozinhos do chá, os que restaram depois da peneira. conservados no morno, seguem meus comandos, fazem ciranda, os grãozinhos. bonitinhos, pequena situação que me deixa confortada, satisfeita, sinto a maior emoção do mundo, de felicidade. junto com o banho tomado, o cabelo escorre, escorre, escorre até o pé, se eu deixar. mas não deixo as gotas arrepiarem-me a pele, as coíbo. deixo estes arrepios para depois e me tomo em deitar, nua, na rede. está calmo e bonito o dia, que delícia este vento! não há ninguém em casa e da janela vejo o mar, vai e vem, vai e vem. vem vem, vai. as ondas são como eu sou, insistentes, brutas em um dia, calmas, ou sem fôlego em outros. escura ou clara, assim como as ondas, reflito muito o céu, a lua, o sol, depende deles o meu ondar. gosto do mar, gosto do mar quando ele está verde também. e calmo. eu fico calma, bóio; nessa minha praia, posso fazê-lo nua. gosto também de ficar nua, do jeito como nasci, do jeito do jeitinho. mania de se vestir estes homens. conservar à flor da pele a marca de um dia. de um dia de trabalho, de sol, de chuva as gotas. coibir as gotas da chuva? estas não. estas me percorrem como fizessem parte de meu ser. deixe a chuva, deixe. observe os pingos as gotas. cai lá pra cá. o chão e o céu se mesclam num só, a chuva é a intersecção, a chuva liga, liga muito e os azuis do céu e chão mar se confundem na cabeça, e eu levanto nua, já seca, visto uma roupa, abroaporta fechoaporta, elevador 1 obrigada [porteiro abriu portão] atravesso e pego o ônibus.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
talvez eu goste de paixões platônicas... me mantêm acordada durante horas! dormir pra quê, se eu sonho tanto quando tô acordada!? mas que coisa gostar tanto de sonhos... olhar pra mão, sabia que se você conseguir olhar pra palma da mão no sonho, pode controlá-lo? nunca consegui. às vezes vou dormir pensando olha pra mão, olha pra mão.... mas eu esqueço-me na hora da aventura. o coração dispara até naquela hora. mas já consegui foi voltar pro mesmo sonho, legal.
realização de um desejo; a morte [talvez da culpa]; regeneração pela morte.
parece que é isso aí. é isso aí que costuma acontecer comigo nos períodos! mas costuma-se ter o primeiro como último. preguiça de explicar, nem precisa...
pra quê explicar, se sonho tanto quando tô acordada? pra quê sonhar, se durmo tanto quando tô acordada? pra quê dormir, se explico tanto quando tô acordada? pra quê acordar, se explico tanto quando tô acordada? pra quê explicar?
realização de um desejo; a morte [talvez da culpa]; regeneração pela morte.
parece que é isso aí. é isso aí que costuma acontecer comigo nos períodos! mas costuma-se ter o primeiro como último. preguiça de explicar, nem precisa...
pra quê explicar, se sonho tanto quando tô acordada? pra quê sonhar, se durmo tanto quando tô acordada? pra quê dormir, se explico tanto quando tô acordada? pra quê acordar, se explico tanto quando tô acordada? pra quê explicar?
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
a lágrima una ficou lá, paradinha no olho esquerdo. não queria escorrer, se sentiu vazia. e que vazio! até de lágrimas, dessa vez... logo eu, que sempre fui cheia delas! eu fui cheia delas e o buraco é um escape. e elas devem ter fugido por lá! cansaram de deslizar minha face, percorrer um longo caminho de poros no rosto, e enfim cair para ser uma gota qualquer, que expressou uma dor ou prazer. e essa não quer sair! ela fica tão ali, parada. espero e ela não cai. não quer, não quer, ela quer me habitar, esta dor. quando a gente chora parece que é pelas lágrimas que as dores vão embora, então quero que essa caia; caia logo, lagriminha, e me tira a dor, que pinica meus sentimentos, me incomoda e agoniza em mim
Uma decepção... uma não, muitas!
e perdemos o tesão... é fácil demais perder o tesão! é angustiante tudo aquilo que é fácil demais... e é, portanto, angustiante perder o tesão. não ter vontade de fazer aquilo que se quis, perder a força de vontade pro esforço. esforço cansa... e muito quando não se tem tesão... a coisa mais triste é desvalorizar o esforço alheio, trabalho que durou horas, dias, anos, não interessa, é um trabalho construído por cada fato, cada pedacinho de criatividade e força de vontade (junto com tesão às vezes) alheia. não valorizar o que foi construído é uma imensa falta de respeito. e respeito é, de fato, o que falta. o que é respeito? nem eu sei mais. ouvir é importantíssimo para se respeitar, procurar compreender, a espera é respeitosa, mas o atraso não. o interesse é respeitoso, o silêncio nem sempre é. é preciso ter tesão para se respeitar e é preciso respeitar para se ter tesão. a máquina não anda se não for assim, o homem-máquina, produtor de suas. suas tudo, 'produtor' (e produto) das relações! relação sem respeito e sem tesão, galera, não rola!
então, perdi o tesão. vou fazer, mas sem ele.
o medo de tudo ser posto a perder é desesperador. peço pra despertarmos
e perdemos o tesão... é fácil demais perder o tesão! é angustiante tudo aquilo que é fácil demais... e é, portanto, angustiante perder o tesão. não ter vontade de fazer aquilo que se quis, perder a força de vontade pro esforço. esforço cansa... e muito quando não se tem tesão... a coisa mais triste é desvalorizar o esforço alheio, trabalho que durou horas, dias, anos, não interessa, é um trabalho construído por cada fato, cada pedacinho de criatividade e força de vontade (junto com tesão às vezes) alheia. não valorizar o que foi construído é uma imensa falta de respeito. e respeito é, de fato, o que falta. o que é respeito? nem eu sei mais. ouvir é importantíssimo para se respeitar, procurar compreender, a espera é respeitosa, mas o atraso não. o interesse é respeitoso, o silêncio nem sempre é. é preciso ter tesão para se respeitar e é preciso respeitar para se ter tesão. a máquina não anda se não for assim, o homem-máquina, produtor de suas. suas tudo, 'produtor' (e produto) das relações! relação sem respeito e sem tesão, galera, não rola!
então, perdi o tesão. vou fazer, mas sem ele.
o medo de tudo ser posto a perder é desesperador. peço pra despertarmos
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