mas aqui a Lua ainda e também brilha forte desde que o céu está claro,
os passarinhos, embora em menos quantidade e variedade, cantam e brincam, namoram e voam,
as crianças continuam fazendo bagunça
eu ainda tenho uma linda vista, cujo amarelado azedo se transforma em um laranja urbano, mas também bonito como têm de ser todos os movimentos de ir e vir do Sol e da Lua, tudo isso apesar do barulho chato e ineditamente ensurdecedor dos aviões que vão e vêm do aeroporto sobre as águas de uma baía que não tem H.
eu ainda espero meu amor, como a única certeza enquanto coloco o ano em dia,
plantando forças para aprender a lutar mais pelo que eu mesma quero.
Tudo isso depois de matar algumas das saudades que conquistei ao estar no lugar de onde agora sinto falta.
Não tem jeito, é a saudade.
Eu ainda tenho esses amigos, os quais eu insisto em ter conquistado ainda pouco em relação ao quanto eles já me conquistaram,
eu ainda tenho essa mãe e esse pai, a outra mãe e os outros pais (do meu violeiro, cuja família também vai se tornando cada vez mais minha).
o cotidiano sempre me foi agradável,
mas um pouco de sonho bom me invadiu e eu não queria e talvez não queira esvaziá-lo de dentro do meu espaço que às vezes parece um pouco oco.
aos poucos vou me recordando de que o amanhecer também é ensolarado como a paz deste sonho, e que o mesmo Sol que me iluminou nas piscinas e correntezas que são o paraíso da rainha que mora e é o próprio mar, aparece para me acordar todas as manhãs. Não o mesmo cheiro da arruda forte que lá encontrei e já antes, mas principalmente agora carrego comigo em minha pele; mas sim, o mesmo Sol: não é que há muitas semelhanças dentro de cotidianos tão diferentes? no final das contas, eu ainda estou dentro do mesmo corpo.
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