Ela escreveu sobre mim.
Inesperadas coisas que eu não imaginava existir.
Ela escreveu sobre mim e seu ciúme até que me enaltece.
Afinal, uma pessoa como ela, sentir ciúmes de mim, me enaltece.
Não que ela tenha desconstruído na minha cabeça a imagem
de mulher pequena e superior. De mulher que busca aquilo tudo.
De mulher que sabe se cuidar e cuidar dos outros.
De mulher que pensa e faz. Em sua vida, a intelectualidade contracena com a sensualidade.
Ela chega, e tão magrinha, colorida, brilha o mundo. O cabelo dela transpira calor.
Sempre olhei pra ela e vi o exemplo.
Sempre olhei pra ela e quis mostrar o quanto a admiro.
Não que eu deixe de admirá-la pelo que escreveu sobre mim.
Aliás, passo a admirar mais o ciúme.
Ela sente ciúmes sim, e isso atropela todos os meus medos.
Uma mulher como ela sentir ciúmes mostra o quão humano ela é.
Mostra o quão lindo é o ciúme.
E se ela o sente, ele é até real.
sábado, 22 de outubro de 2011
sábado, 14 de maio de 2011
nem meu, nem seu
o seu toque não é meu... nem seu.
suas mãos-vento caminham os pontos dos meus braços
ficou muito mais frio em teus braços
dizer te amo é como dizer adeus.
adeus que nem sei, nem sei porque olá.
nem sei porque já me deixei levar.
na verdade eu sei bem, mas não sei pra que provar!
não sei pra quem provar, não devo nada nem temo.
ou temo até por não dever.
é pouco dizer.
suas mãos-vento caminham os pontos dos meus braços
ficou muito mais frio em teus braços
dizer te amo é como dizer adeus.
adeus que nem sei, nem sei porque olá.
nem sei porque já me deixei levar.
na verdade eu sei bem, mas não sei pra que provar!
não sei pra quem provar, não devo nada nem temo.
ou temo até por não dever.
é pouco dizer.
domingo, 20 de março de 2011
Amo o futuro
e finjo que ele já faz parte de mim
amo o futuro e não quero mais que nenhum passado me venha acordar
amo o futuro e ele é meu marido
amo o futuro e odeio amar também o passado
odeio amar também o passado.
odeio querer estar naquilo que me fez sorrir,
já que o mundo sorri pra mim no futuro.
aquilo que parece ser tão tenebroso é o incrível do ser.
é o incrível de abrir para o que vier.
o quarto não é mais uma caixinha
apesar de todo o pensamento,
o quarto é o futuro do aconchego.
o futuro ajuda a pensar, o futuro nos faz querer.
o futuro é aquilo que nos espera, e aquilo pelo qual esperamos.
o passado é aquilo que sofremos, e aquilo que gozamos em cima.
gozamos em cima do passado,
mas secou, o passado secou.
e o futuro ainda está verde.
e finjo que ele já faz parte de mim
amo o futuro e não quero mais que nenhum passado me venha acordar
amo o futuro e ele é meu marido
amo o futuro e odeio amar também o passado
odeio amar também o passado.
odeio querer estar naquilo que me fez sorrir,
já que o mundo sorri pra mim no futuro.
aquilo que parece ser tão tenebroso é o incrível do ser.
é o incrível de abrir para o que vier.
o quarto não é mais uma caixinha
apesar de todo o pensamento,
o quarto é o futuro do aconchego.
o futuro ajuda a pensar, o futuro nos faz querer.
o futuro é aquilo que nos espera, e aquilo pelo qual esperamos.
o passado é aquilo que sofremos, e aquilo que gozamos em cima.
gozamos em cima do passado,
mas secou, o passado secou.
e o futuro ainda está verde.
sou um escritor desiludido.
sou um escritor descriativo.
na mesa do quarto eu sento
na mesa do quarto eu penso
procuro as palavras
procuro as folhas
não há espaço para linhas
no vazio, só há vazio.
e o vazio ocupa todo este espaço.
sou recusado pelo espaço,
pelo traço.
não há diálogo nem monólogo.
não há saber nem ignorar.
não há drama nem felicidade.
amor não há.
sou um escritor descriativo.
na mesa do quarto eu sento
na mesa do quarto eu penso
procuro as palavras
procuro as folhas
não há espaço para linhas
no vazio, só há vazio.
e o vazio ocupa todo este espaço.
sou recusado pelo espaço,
pelo traço.
não há diálogo nem monólogo.
não há saber nem ignorar.
não há drama nem felicidade.
amor não há.
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