quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Quando apanhei na caixa o seu livro, por um milésimo de segundo não abri o pacote.
O medo e o desejo: pois que pelo medo saberia que não mais dormia, devoraria.
O suspense em deixar-te esperar, sem mesmo que você soubesse ou sentisse essa espera.
Abri o pacote na ingenuidade de ler o que você teve pra dizer.
Pra quê? A vontade imensa de dizer me pegou pelo pescoço.
Não sei se me interessam as brechas ou não brechas. A efemeridade das coisas resulta apenas em respostas imediatas. Agora eu não sinto mais como há cinco minutos atrás. Agora eu sinto como se calu tivesse gostado de você e voltado só para que você pudesse conhecê-la.
Não tenho mais medo que as palavras fujam e não corro mais, portanto, em escrever.


Não quero escrever.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

faz tanto tempo que não tento
tirar um momento pro meu vento
que sai guiando-me palavras,
coisas que não vendo, não des-deixo-me atento, não falo lento, e nem não-invento.
coisas que só de falar
me deixam a par
sentir a gota gotear,
ou o mar ondular.
não gosto da rima, mas ela vem sem clima
quando a vontade, não mais que a vontade
faz a gente de bobo, como quem joga o jogo
de seguir em frente, como quem percebe o ventre
em fogo.
eu gosto de dizer, mas quem pode não querer
deixar em algum mundo
o olhar e o falar,
sobre aquilo que lhe toca, sobre aquilo que lhe aposta o amar e o respeitar.
é como se tudo aquilo que não cabe na palavra fosse ao menos tentável de dizer
difícil de querer aquele que não tem tempo, ou vento, ou cento
e um
mil
fases
faces
falhas.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

não sei exatamente onde está minha mente. esse lugar preto e branco onde escrevo é perfeito para incertezas...
não quero escrever nada, mas queria fotografar o que eu tô pensando...
não se pode fotografar

domingo, 2 de maio de 2010

caiu uma rima em cima de mim.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

estupidez

me sinto ridícula quando desprezo alguém. como se eu tivesse o direito de definir o que é estúpido e superficial, como se eu tivesse a capacidade impossível de decidir o que é espontâneo, o que do outro é crível. tudo aquilo que eu odeio em alguém deve ser tudo aquilo que eu fujo de ser, mas que instintivamente acabo sendo alguma vez...
tenho raiva quando acho você brega, chato, burro, odiável e completamente sem personalidade.

terça-feira, 30 de março de 2010

oi

demoramos tanto
que choveu quando.

choveu de acabar a luz
caiu raio em cima da casa
ficou escuro lá e tudo demorou mais
eu pra voltar e você pra subir, portanto

tive tanta raiva e por isso caiu raio em cima da casa
agora não tenho raiva nenhuma então a luz já deve ter voltado
a chuva foi refresco pra nós

quinta-feira, 4 de março de 2010

Estou de saco cheio do meio do caminho.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

jogo entregue.
se num segundo você sente a vontade de dar certo,
no outro você desiste, e mais: se joga do mais alto penhasco em busca de nenhum acontecimento a mais.
o que sinto é como a energia dela perfurando meu estômago. tanto a chuva quanto o frio repentinos só ilustram meu puro sentimento.
já disse que nós nos casamos uma vez e não é à toa: ela sabe quando chover para que eu não tenha água pra chorar.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

onde achar a palavra que determina um sentimento?
nenhuma palavra alcança o que está dentro e jamais será páreo para tão grande peso ou leveza que temos no peito...
a palavra está fora, e o que sentimos, dentro. ambos se encontram tentando formular raciocínios, explicações... mas na verdade não há nada que possa ser de fato explicado. assim como pelos olhos, já que não se sabe se o que vejo azul é igual ao que chamas de azul, e assim vai..
e assim vai a nossa eterna busca pelas explicações. ficamos encabulados com tantas coisas que o pensamento não se destrói. ou perdemos o juízo.
não quero mais explicações. vou tentar viver sentindo apenas.
é um trato comigo mesma.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Mal sabem que esses olhos são meus.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Ad

Abandonarei-te por um tempo para que possamos nos recompor.
Recompostos-feitos, saberemos o que fazer.
Não precisas mais de mim, mesmo sendo longe de um momento de pura-precisão.
Entendes-me, D.

Amém.