Às vezes, como o puxão de um vulto habitante de bueiro, me sinto arrancada do chão e começo a viajar pelo passado... algumas músicas ainda me ajudam a fazê-lo e sinto a ligeira impressão de não ter sido esquecida, em um sentido negativo da coisa.
sinto como se o passado nos prendesse numa mentira sem fim, onde talvez as coincidências e os 'em comum' não passassem de uma brincadeira que nos levou à mais séria das situações.
não adianta me vaguear, tentar mentir e furtolhar pra mim.
mas não encaremos o fato e deixemos como está, talvez o drama faça bem para nossas vidas, que ficam estagnadas sem nós dois...
ah, inconfidente ilusão
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Aqui pra vocês
Cansei! Cansei de todos vocês, amores platônicos! Num tédio profundo e calorento no princípio veroneio, eu can-sei!
Palavras como Farta caem bem no meu discurso e digo mais: nada de poemas ou inspirações que os venerem! Está tudo acabado entre nós!
Talvez... (não, essa palavra não inspira confiança)
Nesta nova era de meu desapego a tudo, menos a mim, estou certa de que nada me fará amar platonicamente as mesmas pessoas que já amei desta forma.
E tenho dito!
Palavras como Farta caem bem no meu discurso e digo mais: nada de poemas ou inspirações que os venerem! Está tudo acabado entre nós!
Talvez... (não, essa palavra não inspira confiança)
Nesta nova era de meu desapego a tudo, menos a mim, estou certa de que nada me fará amar platonicamente as mesmas pessoas que já amei desta forma.
E tenho dito!
terça-feira, 17 de novembro de 2009
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
hipnosis
Hipnotiza.
É por isso que eu não tiro os olhos de meduza dos seus. é por isso que a gente congela e vira pedra quando se vê. Um raio vermelho intenso perfura os meus, saindo dos seus. e provavelmente vice-versa, porque você também não pára...
quando dizem: é um caso perdido, uns 20 anos atrás e as crianças da sua idade corriam e brincavam na rua. ele o fazia.
E quando o dizem, eu só lembro dos olhares súbitos e nem quero mais nada... há algo em só olhar que me deixa num estágio acima da paixão.
É algo inexplicável por qualquer boca, que não quer beijar. É uma questão de olhos, apenas.
O que será, então, senão hipnose?
É por isso que eu não tiro os olhos de meduza dos seus. é por isso que a gente congela e vira pedra quando se vê. Um raio vermelho intenso perfura os meus, saindo dos seus. e provavelmente vice-versa, porque você também não pára...
quando dizem: é um caso perdido, uns 20 anos atrás e as crianças da sua idade corriam e brincavam na rua. ele o fazia.
E quando o dizem, eu só lembro dos olhares súbitos e nem quero mais nada... há algo em só olhar que me deixa num estágio acima da paixão.
É algo inexplicável por qualquer boca, que não quer beijar. É uma questão de olhos, apenas.
O que será, então, senão hipnose?
domingo, 8 de novembro de 2009
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
inspiração
Pela primeira vez ela percebeu que assistiria ao começo de uma "aguada". Sempre quisera participar de um começo tão interessante, o começo da relação homem-chuva.
A mãe chamava: vá terminar a arrumação, pare de enrolar, Menina!
mas a Menina não escutava dessa vez, e da janela olhava o prefácio:
um céu claro como se o sol houvesse se despidido há pouco, onde nuvens muito brancas passeavam sem pressa. Nuvens tão brancas, que parecia haver uma lua cheinha ali por cima delas. Mas não, essa claridade em plenas 19:30 era só prenúncio da Coisa Esperada.
O céu que estava limpo em cima da Baía continuou limpo, e apenas acima de sua cabeça a Menina via nuvens mais escuras dançando com as brancas, aquelas por baixo destas mais pareciam imitar os seus contornos, como se estivessem em performance de nado sincronizado.
Tanto elas nadavam pelos céus quanto a Menina se hipnotizava... mais e mais.
De repente, um clarão. E a aflição subiu pelos pés e levantou seus cabelos: ela estava diante do princípio; o princípio inexplicável do paraíso infernal que pode reinar sobre a Terra sem que os homens consigam escapar ou dizer não.
Outro clarão e ela estava extasiada, esperando mais e mais. Porque nunca havia visto relâmpagos acima de si. Sempre na diagonal, sempre na diagonal, era como via os relâmpagos, raios e trovões.
Olhando ainda pra cima, a esperada temporada micro de uma chuva de verão começou a chegar. viu o primeiro pingo ao seu alcance, como se pelo tanto que ela esperou estava sendo recompensada com um olá dos céus.
E a chuva caiu brilhando, não só pela magia do momento, mas também pelos reflexos das lâmpadas acesas em volta.
"Menina, volte pra faxina" e a menina não hesitou em hesitar para sair da janela, mas também não demorou e voltou a limpar seu quartinho.
Nos olhos da menina só havia marca das gotas, que a deixaram encantada pelo resto da noite... ou até que a morte (não) quebre o encanto de uma espetacular chuva de verão.
A mãe chamava: vá terminar a arrumação, pare de enrolar, Menina!
mas a Menina não escutava dessa vez, e da janela olhava o prefácio:
um céu claro como se o sol houvesse se despidido há pouco, onde nuvens muito brancas passeavam sem pressa. Nuvens tão brancas, que parecia haver uma lua cheinha ali por cima delas. Mas não, essa claridade em plenas 19:30 era só prenúncio da Coisa Esperada.
O céu que estava limpo em cima da Baía continuou limpo, e apenas acima de sua cabeça a Menina via nuvens mais escuras dançando com as brancas, aquelas por baixo destas mais pareciam imitar os seus contornos, como se estivessem em performance de nado sincronizado.
Tanto elas nadavam pelos céus quanto a Menina se hipnotizava... mais e mais.
De repente, um clarão. E a aflição subiu pelos pés e levantou seus cabelos: ela estava diante do princípio; o princípio inexplicável do paraíso infernal que pode reinar sobre a Terra sem que os homens consigam escapar ou dizer não.
Outro clarão e ela estava extasiada, esperando mais e mais. Porque nunca havia visto relâmpagos acima de si. Sempre na diagonal, sempre na diagonal, era como via os relâmpagos, raios e trovões.
Olhando ainda pra cima, a esperada temporada micro de uma chuva de verão começou a chegar. viu o primeiro pingo ao seu alcance, como se pelo tanto que ela esperou estava sendo recompensada com um olá dos céus.
E a chuva caiu brilhando, não só pela magia do momento, mas também pelos reflexos das lâmpadas acesas em volta.
"Menina, volte pra faxina" e a menina não hesitou em hesitar para sair da janela, mas também não demorou e voltou a limpar seu quartinho.
Nos olhos da menina só havia marca das gotas, que a deixaram encantada pelo resto da noite... ou até que a morte (não) quebre o encanto de uma espetacular chuva de verão.
domingo, 1 de novembro de 2009
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