quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Quando apanhei na caixa o seu livro, por um milésimo de segundo não abri o pacote.
O medo e o desejo: pois que pelo medo saberia que não mais dormia, devoraria.
O suspense em deixar-te esperar, sem mesmo que você soubesse ou sentisse essa espera.
Abri o pacote na ingenuidade de ler o que você teve pra dizer.
Pra quê? A vontade imensa de dizer me pegou pelo pescoço.
Não sei se me interessam as brechas ou não brechas. A efemeridade das coisas resulta apenas em respostas imediatas. Agora eu não sinto mais como há cinco minutos atrás. Agora eu sinto como se calu tivesse gostado de você e voltado só para que você pudesse conhecê-la.
Não tenho mais medo que as palavras fujam e não corro mais, portanto, em escrever.


Não quero escrever.