quinta-feira, 28 de agosto de 2008

e a angústia me pegou pelo vazio... dessa vez ela entrou em mim pelo buraco no qual eu caí, profundamente. e me vi lá, naquele mesmo apartamento sem ar (mesmo estando fora dele - e quando aqui cheguei, tinha gente, gente que pra mim era.. sei lá,.. não senti). me pegou pelo vazio, olha só! e ali com tanta gente, no salão, inclusive depois das risadas e saltos, porque veio me pegar, cacete? eu estava legal.. não, não estava. e estava com a falta e excesso de mim mesma, e o buraco, ai meu deus! e porque me engano... não vejo nada, só tô vendo branco. e branco, buraco branco. ou preto. que angustiante deve ser ler isso, porque é massante, está tudo massante porque foi-se embora tudo. tudo que de verdade verdadeira era nada. mas era a superfície do buraco que tinha uma superfície. não quis quebrá-la mas tem uma hora que tudo encharca. e a gente cresce ou não. eu preciso de uma ruptura, tá me faltando. e não me sinto calu escrevendo, e não me sinto maíra. e não escrevo agora como elas, mas sou isso aqui mesmo que está sendo escrito. e quando vim inquieta no ônibus, e quando vi as luzes, um pensamento tão desajeitado do que é esse vazio. ela foi me pedir pra pensar nesse vazio e eu não consegui pensar durante todos os 5 dias. chegou hoje e o vazio me pegou. na verdade, a angústia me pegou pelo vazio, pra eu poder pensar nele... mas nada pode ser um pensamento concreto, porque nada me é concreto no dado momento.
e como outras vezes, estou me sentindo abstrata. sou algum farelo que se desfaz naquele roçar de dedos. quem sou eu?

terça-feira, 19 de agosto de 2008

fale-me sobre o silêncio
fale logo, que estou aflita!

fale-me sobre o silêncio e não vou dar dicas sobre o que eu quero saber dele, comece por onde quiser ou puder, vá até onde sua intuição te levar.

fale, você que lê o que eu costumo dizer por aqui. você no plural, quero ouvir muito sobre o silêncio

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

um nome

um dia acordei e não era mais eu. todos os meus sentimentos, angústias, orgulhos, memórias, fugiram de mim, consciência plena de um vazio. percebi que algo me faltava. por onde meu corpo andara? o meu corpo! como seria seu jeito próprio de ser um corpo? não sabia me movimentar.
entrou em pânico quando lhe veio à cabeça a idéia de ter perdido a memória, quis se matar, chegou à janela. olhou para baixo ONDE ESTAVAM TODAS AS MEMÓRIAS?????????????????????????????????????????????????????????????????????????
órfã de um mundo, de si! se sentia desconfortável dentro daquele corpo, perdeu a consciência sã estava para sair correndo e não sabia nem para onde correr e porquê correr estava confusa perdida em todas as emoções que não existiam dentro dela.
levantou, procurou fotos pelo quarto, o mural de ímã! lá tinha fotos com pessoas sorrindo, era seu corpo, reconheceu -sentiu-! e panfletos de eventos, e ingressos de shows, e desenhos, e, percorrendo o olhar por tudo isso, parou em um documento. tinha seu nome, imaginou. mas não procurou ler de cara. havia esquecido, inclusive, que existia um nome. o que também determinaria seu futuro conhecimento da verdade: aquele corpo... seria dela? seria da mente que o habitava?
ora, eu havia de entender o que se passava. peguei-no..................................................................................................[lendo]
um nome. um nome. um nome. um nome. acabara de nascer! nasceu no meio de duas vidas. na metade. soube seu nome. pensou:eu me apaixonaria por esse nome. esse nome agora é meu. eu sou a pessoa que este nome determina e sou exclusivamente nomeada assim.
mas não bastou, ainda não conhecia sua história, tentou se enganar em vão. aquilo a estava deixando......... ficou tonta. escureceu a vista. não sabia mais falar. estava cega, no ouvido, apenas um zumbido. e caiu, profunda, em si.

lá dentro construiu sua própria história, imaginou tudo, tintin por tintin. viveu um mundo de sonhos. enxergava, por dentro, tudo aquilo que havia conhecido. ela vivia! e vivia mesmo. só que por dentro. não era mais sensível fisicamente, portanto, não tinha noção do que se passava fora, esquecera que havia o externo.
e será que, enquanto vivia-sonhava, estava morta? seria aquele sonho profundo de uma vida, a subconsciência da menina do quarto e das fotos e do nome? e aquele momento em que acordou e não sabia se estava em seu corpo seria um momento de total introsamento consigo mesma (como dois desconhecidos), um momento de conhecimento da sua subconsciência?me pergunto, aflita, qual seria a vida daquela menina das fotos, do quarto e do nome...

domingo, 10 de agosto de 2008

e...............................

sábado, 9 de agosto de 2008

A outra

Agora ela, ela, sim, me disse coisas sem dizer, sem nem imaginar.
ela que me escreveu cartas de vários jeitos. nossa, seu jeito de falar. nossa, o que ela pensa. pelo que eu penso, ela é eu melhorada. me descreve, ingênua. inocente que só, fala nas palavras sábias seu imenso mundo de si. si, ou mi. porque me vi quando a li;
me inspiro quando a leio. ela me é quase um livro. se eu disser que ainda não a conheço, posso inclusive me sentir só. porque mesmo não a conhecendo, é como se fosse, porque ela estava em mim quando a encontrei. e não é calu, e não é aurora. e não é o sol também com seus pingos de nuvens. e não é nada que está aqui.
e também não digam que a amo, não a amo. também não digam que penso nela, porque não é assim... não a vejo fora de minhas letras, meu refúgio. tamanha inspiração ela me deu...